Ontem foi uma boa noite, ou noite boa, melhor escrevendo. Não se pode pedir muito mais do que boa companhia aos pés do mar, cujos murmúrios eram a banda sonora doce, lenta, suave, formando e embalando os sonhos por madrasta sorte condenados ao naufrágio num mundo sem contemplações.
Cerro os olhos. Vejo com mais clareza. O negrume é interrompido. Luz sim. Luz não. Luz sim. Malmequer, bem-me-quer. A tormenta só se faz sentir no interior. Penso no vazio, não no longo debate sobre o significado do nada, passatempo de filósofos, pois tal não sou, mas na ausência de alguém que desconheço. Acendo a candeia, avanço pela chuva aos tropeções. Bombordo, estibordo. Oscilante. Não adianta, não chego ao vazio. Ainda não é a altura certa.
Sociais. Seres sociais, é como nos definem. Não deixo de ficar maravilhado com o efeito que o toque tem nas pessoas, e tão fácil é perceber se a pessoa está habituada ao toque. A criança privada de carinho e de braços aconchegantes ilumina um anfiteatro quando finalmente recebe afeto, os olhos brilham, produzem luz própria que é derramada pelos corredores. Os adultos avessos ao toque, indefesos, diminuem de tamanho quando confrontados, o frágil ser que dentro habita chora de alegria, as respostas comuns deixam de fazer sentido. A fachada imobiliza-se, chegam sinais contraditórios. Quieto. Afasta-te. Corresponde. Reage. Sorri. O forte foi derrubado. O Rei morreu. Viva o Rei!
domingo, 30 de junho de 2013
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