terça-feira, 24 de setembro de 2013

Um jogo de xadrez

Sempre com um sorriso na cara!

Dardos de luz, sempre lançados quando ela chega. Cortes seguros e profundos na escuridão, afastam a negritude e fertilizam o terreno para que a alegria prospere. Os deuses sorriem, mostram clemência. A alma cresce, cresce muito, ficando do tamanho da carne, e o homem torna-se puro.

De saltos altos!

Um pouco mais alta, um pouco mais próxima do paraíso. Forte, decidida. Muita vontade de ser feliz. Muita vontade de ser consumida por um fogo, um fogo intenso, único, que possa construir em vez de destruir. Menina-moça-mulher, mais vezes menina. Quando quer, mulher, mulher que arde, mulher que provoca, mulher que desperta sentimentos, mulher que vive, mulher igual. Igual. Igual a mim, igual a ti, igual a eles ou elas, igual a eles e elas. Menina-moça-mulher, bonita, sensual, aqui mais mulher, ali mais moça.

Vestida para matar...

Vontade própria, como o vento. Arrebatadora, aliciante. Um perigo, alarmante. Fases como a lua, mas nunca a Nova, pois não se esconde. Marés, rainha do mar. Princesa dos ares, duquesa da terra, senhora de tudo o que resta, incluindo corações. Condessa descalça? Também.

Azul-turquesa!

Dedicada, interessada, determinada, positiva. Caminho a ser construído, comboio com destino sem nome, destino a ser descoberto ao longo do percurso. Nas estações, gente que nunca mais se esquece, gente que sente falta, gente que ficou, gente que quer ficar, gente que ainda está por chegar. Gente que ela marcou, gente que ela está a marcar, e o futuro. Lugares onde foi feliz, lugares onde quer ser feliz. Lugares e gentes. A chave para desvendar o destino e o futuro. (Coloco as mãos sobre a cortina, espreito o que aí vem.)

Especial

Sincera, honesta, santa das causas impossíveis. Casamenteira, pasteleira. Alguém que nos marca como uma cicatriz, identificável passem os anos que passem. Alguém que merece tudo, alguém que merece o mundo. Alguém que merece alguém.


Para ti,

porque uma boa amizade é como um jogo de xadrez: é preciso muita paciência; é preciso ter atenção ao que o outro pensa ou faz; e, se os dois forem bons jogadores, pode durar por muito, muito tempo...





terça-feira, 17 de setembro de 2013

O Olho do Furacão

A calmaria impressionava. Preso dentro do furacão, eu vivia o sonho de todos os caçadores de tempestades. A possibilidade real de haver destruição e tragédia a curta distância parecia inverosímil.

O Olho do Furacão. O último reduto da paz, do paraíso. Terreno inviolável, onde só chegamos nos sonhos, os mais puros, sonhos de criança, sonhos com futuro, sonhos de futuro, sonhos sonhados, sonhos vividos.

Há gente que me faz lembrar o olho do furacão. Passam e sente-se o que poderia ser. Sente-se quais as possibilidades infinitas, se penetrarmos na couraça de ar em movimento acelerado. Ar. A mais inofensiva das barreiras. Não se vê. Não se teme. Não é irónico que seja o escolhido para servir de vedação para o paraíso? Tudo ali tão perto...

No furacão das pessoas, a barreira é mais perniciosa. A velocidade do vento é menor, só se sentem uma rajadas de quando em vez. Tempestades? Imprevisíveis. Talvez por isso os caçadores de furacões meteorológicos tenham mais notoriedade do que os caçadores de furacões humanos. Quando nada se vê, como nos podemos defender? Quando nada se sabe, como saber se devemos arriscar e procurar o olho do furacão? Sempre nos sonhos, claro. Os furacões são todos iguais, e fazem birra. Só aceitam ser penetrados nos sonhos. Uma vez conheci alguém que o fez de verdade. Penetrou um furacão humano e viveu para contar a história. Estava tão feliz, que desapareceu. Foi consumido pela inveja dos que o rodeavam. Ele chegou a dizer-me que, outrora, ninguém tinha medo de penetrar os furacões humanos. Até que um dia apareceu um cobarde. E o medo alastrou-se que nem uma pandemia mortal.